Fast escondeu positivado da imprensa para não dar pistas de desfalque, diz presidente
Foto: João Normando
Um episódio fora de campo chamou atenção no jogo entre Fast e Rio Branco-AC, que terminou em 0 a 0 na noite deste sábado (26). Meia hora antes do jogo, a assessoria de imprensa divulgou que o atacante Caíque não estava entre os relacionados para a partida porque havia testado positivo para o novo coronavírus.
Na quinta-feira (24), o Fast fez um treino aberto à imprensa e jornalistas chegaram a ter contato com Caíque, que de acordo com colegas, cedeu entrevista de máscara, na ocasião.
Um jornalista chegou a falar no grupo destinado à divulgação de materiais do clube que a assessoria divulgou, em conversa privada, que ninguém havia testado positivo para a Covid-19. Ao longo da semana, nenhum comunicado foi emitido, tanto no grupo de mensagens quanto nas redes sociais do Fast.
Questionada pelos demais jornalistas que compoem o grupo de mensagens o porque da divulgação tardia – e não expontânea, uma vez que o caso só veio à tona quando os membros da imprensa estranharam a ausência de Caíque entre os relacionados, e perguntaram o que tinha acontecido com ele – a assessoria chegou a responder que não estava autorizada a divulgar o caso positivo do jogador.
Um dos diretores do clube, Thiago Melo, também se manifestou no grupo, dizendo que o clube afastou o jogador ao receber o resultado positivo, e que durante as entrevistas no treino aberto, todos os cuidados foram tomados.
Por telefone, o presidente do Fast, Dênis Albuquerque, confirmou ao Portal Esporte Manaus que a assessoria não tinha autorização para divulgar o ocorrido, pois tratou o caso como um assunto interno, além de dizer que o clube recebeu o resultado do exame e não divulgou à imprensa para não dar pistas do desfalque para o jogo, esclarecendo que o resultado foi escondido apenas da imprensa, e que a CBF foi notificada normalmente. Caíque era cotado para ser titular, mas foi afastado do elenco tricolor ainda na sexta.
“Isso é uma coisa interna do clube. É uma decisão interna, usamos isso para esconder a escalação do treinador do Rio Branco. Não vejo problema nenhum. A CBF recebe os resultados antes mesmo do clube. O Caíque participou do treinamento porque ainda não havia recebido o resultado, que só chegou na sexta-feira de manhã. A partir do momento em que recebemos o resultado do exame, o jogador foi encostado”, disse.
Dênis também revelou que Caíque deve realizar, na próxima semana, um exame de contraprova, e que o jogador segue acompanhado de perto pelo departamento médico do clube.