(Foto: João Normando)
A meia Mayara Vaz, camisa 10 do Iranduba, não jogará as três partidas restantes que o Hulk tem pela frente para tentar evitar o rebaixamento na Série A1 do Brasileirão. Fora da última viagem da equipe para enfrentar Ferroviária e São Paulo em solo paulista, a atleta preferiu permanecer em Manaus treinando, em virtude de um imbróglio envolvendo seu contrato, que pode fazer com que ela fique de fora da reestreia do 3B na Série A2, no dia 25 de outubro caso seja relacionada novamente pelo Verdão.
Vinda do futebol chinês, Mayara foi contratada pelo 3B da Amazônia no início de agosto e no fim do mesmo mês, diante das dificuldades do rival Iranduba, o clube emprestou o elenco, comissão técnica e Centro de Treinamento até o fim da primeira fase da Série A1 para tentar a permanência do Hulk na primeira divisão. Isso não afetaria os planos do 3B, já que a Série A2 só teria retorno no fim do mês de outubro, e as meninas estavam apenas realizando treinamentos.
Logo quando foi anunciada, a meia não chegou a ser regularizada pelo 3B e só apareceu no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF no dia 8 de setembro, já pelo Iranduba, antes do confronto contra o Grêmio, no Rio Grande do Sul. Mayara entrou no segundo tempo da derrota por 2 a 1 para o Tricolor Gaúcho, iniciou como titular contra o Internacional na partida seguinte, sendo substituída na segunda etapa e atuou pela última vez, também saindo do banco, na derrota para o Corinthians, no último dia 23.
Encerrada a parceria, o 3B volta a campo pela Série A2 no dia 25 de outubro, contra o São Valério, em Tocantins, e uma determinação da CBF estabelece que casos como de Mayara, a atleta deve ficar 30 dias inativa desde sua última partida para poder entrar em campo novamente por um outro clube, em virtude da situação do contrato da meia ser diferente das demais atletas.
Por se tratar de uma transferência internacional, Mayara teve de ser registrada no BID com a descrição “contrato definitivo” com o Iranduba e como o mesmo deverá ser revertido para “vínculo não-profissional” no 3B, nessas condições, o artigo 51 da Seção de “Reversão” do Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol da CBF prevê
Presente no registro da maioria das atletas emprestadas ao Iranduba, a descrição “vínculo não-profissional” permite que acordos sejam encerrados a qualquer momento e as atletas possam trocar de clube normalmente sem qualquer período de inatividade. Já no caso de Mayara, da transição do vínculo com o Iranduba para retornar ao 3B, ela necessita do período sem jogar, conforme a disposição.
Ciente da situação contratual, Mayara priorizou o 3B da Amazônia, optou por cumprir o regulamento e passar os 30 dias pré-estabelecidos aprimorando a parte física para estar apta a jogar pelo 3B devidamente regularizada na estreia. O presidente do clube, Bosco Brasil Bindá, explicou o trâmite contratual da atleta e diz ainda ter esperanças de tê-la em campo na partida decisiva do Iranduba contra o Minas-DF, na segunda-feira (5), às 15 horas, na Arena da Amazônia.
“A Mayara pediu para ficar treinando em Manaus para se preparar, visando a estreia na A2 no dia 25. Ainda vou conversar com ela, porque ainda temos essa partida importante contra o Minas, mas vai ficar bem ao critério dela, foi a opção da atleta e será respeitada”, declarou o mandatário.
Antes da paralisação, o 3B disputou apenas a primeira rodada da Série A2 do Campeonato Brasileiro, quando goleou o Atlético-AC na estreia por 7 a 0 na Arena da Amazônia. O clube lidera o Grupo B, que ainda conta com Fortaleza, Real Ariquemes-RO, São Valério-TO, São Francisco-BA e o já citado Atlético Acreano.