(Foto: Antônio Assis/FAF)
Texto: Lucas Queiroz e Marcos Dantas
Tendo enfrentado todos os adversários de seu grupo, o Manaus terminou o primeiro turno da Série C na sexta posição, com 11 pontos ganhos. Ainda tentando olhar para a parte de cima da tabela, a equipe tem uma missão bastante desafiadora: vencer cinco dos nove jogos restantes na primeira fase. Ou fazer 15 pontos de uma outra forma. A conta para fugir do rebaixamento é mais simples: 10 pontos já são o suficiente para colocar o tricampeão amazonense na mesma situação onde a maioria dos que lutaram contra a degola escaparam.
Lembrando que o Manaus travará essa batalha com a calculadora num cenário em que jogará cinco dessas últimas nove partidas fora de casa.
A campanha até aqui tem duas vitórias, cinco empates e duas derrotas, um aproveitamento de mais ou menos 41%. O time de Luizinho Lopes tem o terceiro pior ataque do grupo, com seis gols marcados, contudo, é dono da segunda melhor defesa da competição no geral, com apenas seis gols sofridos, ao lado do Brusque, que compõe o Grupo B. Antes do confronto desta segunda-feira (12), contra o Vila Nova, fora de casa, o Gavião do Norte está a três pontos tanto da zona de classificação, quanto da de rebaixamento.
Para imaginar estes cenários, é válido analisar as temporadas anteriores da Série C e verificar quais foram as pontuações necessárias para classificação às fases de mata-mata e para a permanência na terceirona. O formato que divide as 20 equipes em dois grupos de dez foi usado pela primeira vez em 2012. Utilizando este recorte, já se passaram oito edições até chegar à atual, que permanece com o mesmo modelo na fase de grupos dos anos anteriores. A novidade é na segunda fase, onde os quatro primeiros de cada grupo se enfrentam em dois quadrangulares, classificando os dois primeiros de cada chave diretamente para a segunda divisão, com mata-mata apenas para definir o campeão.
Em média, neste recorte, a pontuação necessária para integrar as quatro primeiras posições do Grupo A – que é composto sempre por equipes do Norte e Nordeste do país – ao fim da primeira fase é de 27 pontos, elevada por Sampaio Corrêa em 2013 e Confiança em 2015, que em campanhas fora da curva, precisaram de 33 e 31 pontos respectivamente para avançar, o que não se confirma como tendência em outros anos. Das oito edições da Série C neste formato, em quatro o quarto colocado se classficou com exatamente 26 pontos. Em duas, o primeiro time da zona de classificação passou até com menos. As outras duas são os exemplos já citados.
Com a pontuação atual, teoricamente, o Manaus precisaria de, no mínimo, cinco vitórias nos próximos nove jogos do returno para somar mais 15 pontos e chegar ao “número mágico”. Tendo em vista os resultados obtidos no primeiro turno, o esmeraldino teria de fazer uma campanha superior para chegar ao quadrangular final, com pelo menos 55% de aproveitamento.
Assim como há possibilidade de ainda brigar pelo acesso, a classificação mostra o Manaus no meio da tabela, com a mesma distância entre “céu e inferno”. Levando em conta as últimas edições, 21 pontos é a média dos oitavos colocados, que ficaram à beira do descenso para a Série D, mas escaparam. Neste cenário, a situação é mais “confortável”, porque bastaria o Manaus ao menos repetir a campanha irregular do primeiro turno para permanecer na terceira divisão.
Partidas “chave”
Invicto jogando na Arena da Amazônia há quase dois anos, o Manaus pode sonhar alto caso siga fazendo de casa, sua maior fortaleza. Neste segundo turno, recebe Botafogo-PB, Jacuipense, Ferroviário e Remo. Os paraenses e os baianos impuseram ao Manaus as duas derrotas que a equipe tem até aqui na competição, em duas atuações ruins da equipe no geral, contudo, o Gavião poderia ter vencido Botafogo e Ferroviário, quando foi superior frente a essas duas equipes jogando fora de casa.
O panorama de um campeonato pode ser mudado numa única rodada, e com o que já se viu das equipes, é possível que essa invencibilidade na Arena se mantenha. As partidas contra Botafogo e Jacuipense são “ganháveis”, e os duelos contra Ferroviário e Remo podem ser um pouco mais complicados, já que as equipes brigam diretamente pela liderança do Grupo, mas também acessíveis se o Gavião fizer valer o fator casa.
O Manaus ainda não conseguiu vencer fora de casa nesta Série C, mas se impôs em alguns jogos como visitante e trouxe pontos importantes para o Amazonas. No segundo turno, o Gavião do Norte voa para enfrentar Vila Nova, Paysandu, Treze, Santa Cruz e Imperatriz. As partidas contra Treze e Imperatriz, na teoria, podem render pontos à equipe de Luizinho Lopes, ainda mais com a possibilidade de enfrentar os maranhenses já rebaixados na última rodada. Já contra os outros três tradicionalíssimos adversários, será complicado segurar o ímpeto dos mandantes, e é aqui que mora a margem de erro da equipe.
De qualquer forma, se der a lógica, uma possível classificação só seria possível no jogo derradeiro, com uma briga ferrenha ponto a ponto. As projeções dão uma certa tranquilidade ao Manaus quando o assunto é permanência na terceira divisão, uma vez que a margem de erro é maior. Por enquanto o Manaus ainda pode escolher se olha para cima ou para baixo na tabela.