O caso do gol contra do volante Júlio Campos na Série B do Campeonato Amazonense, no último domingo (4), vai a julgamento no próximo dia 19
O gol contra proposital marcado por Júlio Campos no último domingo (4), no duelo entre Atlético Amazonense e Sul América, pela 8ª rodada da Série B do Campeonato Amazonense será pauta na 2ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM) no próximo dia 19, a partir das 16h, na sede da entidade.
O Sulão vencia por 3 a 1, até que aos 44 minutos do segundo tempo, numa saída de bola, o meia Júlio Campos, do Atlético Amazonense, recebe um passe recuado do zagueiro e finaliza propositalmente contra o próprio gol, encobrindo o goleiro Luiz Antônio, anotando o quarto gol adversário e selando a goleada.
O atleta, o clube e o presidente do Atlético, Henrique Barbosa, serão julgados com base no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê ação caso o envolvido venha a “atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente”.
Uma reportagem publicada no jornal A Crítica na última quinta-feira (8), trouxe uma apuração completa com fontes e evidências apontando que, não só essa partida e não só o Atlético Amazonense estaria envolvido num escândalo de manipulação de resultados, deixando claro que o gol contra foi apenas um dos episódios de atitude antidesportiva no futebol amazonense.
O técnico Rodrigo Fonseca, que comandou a equipe em dois jogos na competição, afirmou que no último dia 7 de agosto, foi coagido por Edirley Santos, pai de Júlio Campos e conselheiro do clube. Ainda segundo Fonseca, o presidente do Pitbull teria feito ameaças. O treinador registrou um Boletim de Ocorrência no dia seguinte ao fato na Polícia Civil, e contou detalhes sobre o dia em que deixou comando do Atlético.
A publicação foi usada como base para a denúncia protocolada pela procuradoria do TJD, que solicita multa de R$ 50 mil reais e suspensão de 12 partidas ao Atlético Amazonense, enquadrado no artigo 243-A.
O atleta Edirley Júlio Batista Campos, autor do gol contra, foi denunciado no artigo 243, que prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil reais e suspensão que pode ir de 180 a 360 dias.
A pena maior pode cair sobre o presidente do Atlético, Henrique Barbosa. Ele responderá nos artigos 243-A (atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente) e 243-B (constranger alguém, mediante violência, grave ameaça ou por qualquer outro meio, a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que ela não manda).
O pedido da procuradoria é de que o mandatário seja multado em R$ 100 mil reais e suspenso por 840 dias: 360 dias pelo artigo 243; mais 360 dias pelo artigo 243-A; e mais 120 dias pelo artigo 243-B.
Em campo, despedida com derrota
A derrota por 4 a 1 para o Sul América com o gol contra sepultou qualquer chance da equipe seguir adiante na atual edição da Série B. Cumprindo tabela, o Pitbull encerrou sua participação na competição, na última quinta-feira (8), com derrota para o Tarumã por 2 a 1, na Colina. Curiosamente, as duas equipes envolvidas nas supostas manipulações de resultados.