(Foto: CRVG)
Prometi a vocês que iria trabalhar sem clubismo e, de fato, estou cumprindo a promessa, mas ontem foi um dia especial e vim contar uma história do Vasco da Gama para vocês.
Em 1924, o Vasco tinha feito sua estreia na Liga Metropolitana de Football e se consagrou o campeão de 1923. O time estava com a corda toda e era composto em sua maioria por jogadores pretos. Naquela época, o jogador preto era marginalizado e o time do Vasco não era bem visto pelos demais clubes.
Pela vitória na Liga, a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, a AMEA, convidou o Vasco para participar da associação que era composta por Flamengo, Botafogo, Fluminense e outros três clubes. O convite tinha uma condição: o Vasco precisava dispensar todos os 12 jogadores pretos.
O então diretor do clube, José Augusto Prestes, prontamente recusou a proposta e elaborou uma carta que ficou conhecida como “Resposta Histórica”. Nela, conta que o clube era inteiramente contrário ao pedido e que jamais dispensaria jogadores tão bons somente pela cor da pele.
Esse momento foi um marco na luta contra o racismo no futebol. O Vasco tem outras histórias sobre o combate às injustiças raciais, como a criação de São Januário, mas conto para vocês outro dia. Aproveito o espaço para parabenizar meus colegas jornalistas pelo dia de ontem. Somos resistência e sempre seremos.
Jota Moraes é paraense, jornalista e ex técnico de futebol. Atuou desde os 19 anos dirigindo times do Pará, Amazonas e Acre, tendo dividido campo com Pelé e outros craques da seleção brasileira. Hoje é aposentado, casado e entusiasta da internet. “Antes tarde do que nunca” é o seu lema. As opiniões expressas em sua coluna não necessariamente refletem as do Portal Esporte Manaus.