O meia-atacante carrega a experiência de ter alçado êxito com o Manaus em 2019 e terá pela frente uma equipe onde deu os primeiros passos
Clube mais jovem das quartas de final da Série D do Campeonato Brasileiro desta temporada, o Amazonas FC chega ao confronto do acesso com atletas experientes no elenco, que conhecem o caminho do acesso. Um deles é o meia-atacante Diogo Dolem, que tem no currículo uma promoção à Série C em 2019, e terá novamente a oportunidade de fazer história num clube amazonense.
“É uma experiência boa, estou muito feliz, realizado. Desde quando o professor chegou em março, a gente vem pensando nesse objetivo e a agora estamos mais próximos. O sentimento é de felicidade, gratidão, de quase objetivo cumprido, e agora esperamos cumprí-lo”, disse.
Até chegar a esta fase, de ficar a dois jogos de subir de divisão nacional, nem tudo foram mil maravilhas no clube. No primeiro semestre, o Amazonas amargou um insucesso no Campeonato Amazonense, quando caiu logo no primeiro mata-mata para o Fast. Desde lá, mudanças na diretoria, elenco e comissão técnica deram uma nova cara à Onça-pintada.
Dolem chegou no início da temporada, acompanhou de perto todos os processos e acredita que o clube virou a chave na hora certa, se preparou para esse momento e está colhendo os frutos agora.
“A gente acabou não tendo uma sequência boa no Estadual. Éramos um dos favoritos ao título, tínhamos uma equipe muito forte, mas infelizmente o futebol não é uma matemática simples, é decidido dentro de campo. Não conseguimos o título, mas depois o Lacerda chegou, mudamos a mentalidade, algumas coisas extras também que foram arrumadas e o resultado tá aí, o fruto. Temos colhido coisas boas, acredito que a gente merece estar onde estamos, com melhor campanha, melhor ataque. Não tem muito o que contestar, a gente tá fazendo um bom campeonato e esperamos selar esse tão sonhado acesso nesses dois jogos”, destacou.
Dolem chegou ao futebol amazonense pela primeira vez em 2019 e logo arrancou para uma campanha de sucesso com o Manaus, conquistando o acesso na oportunidade. O contexto em volta é diferente, mas o camisa 7 aurinegro vê semelhanças no ambiente quando comparado há três anos, destacando também o crescimento da equipe conforme a competição foi chegando nas fases finais.
“Tenho comentado com algumas pessoas próximas que tá muito parecido, o clima, o acolhimento da torcida. Tanto no Manaus, quanto agora, a gente começa desacreditado, mas a cidade, a imprensa não acreditando tanto, aí você vai evoluindo, de degrau em degrau, adquirindo a confiança do torcedor, nos últimos dois jogos já veio bastante gente. Mas o sentimento é de felicidade, gratidão por estar, quem sabe, ajudando mais uma equipe a subir. É um fato histórico, hoje o Manaus está na Série C e todo mundo lembra daquele dia que subimos. Espero conseguir mais uma vez por outro clube, a gente que é profissional está buscando novos objetivos, novos títulos, novos acessos, então particularmente é isso que eu espero”, comentou.
Para chegar ao tão almejado acesso à Série C, o Amazonas terá que eliminar a Portuguesa, do Rio de Janeiro, nas quartas de final. A disparidade maior entre os clubes diz respeito ao tempo em atividade. A Lusa tem 97 anos de fundação e ruma para um centenário num futuro próximo, já a Onça comemorou há pouco tempo três anos de existência.
Em campo, o Amazonas chega como dono da melhor campanha e o melhor ataque de todo o torneio, enquanto a Portuguesa chega como o último qualificado na classificação geral, considerando os oito clubes ainda vivos na Série D. Para o meia de 30 anos, todas essas questões, como campanha, tradição, entre outras, não influenciam em campo nesta fase derradeira.
“A gente respeita a Portuguesa, mas acho que isso de tradição fica mais fora das quatro linhas, temos mostrado isso. Acho que hoje em dia no futebol isso não é tão levado a sério. Você vê o Santa Cruz, que é um time tradicional, todo mundo já estava simulando o confronto com o Amazonas, acabou caindo pro Tocantinópolis. Toda essa questão fica fora de campo, vamos decidir lá dentro”, reforçou.
O jogo de ida acontece já neste sábado (20), no Estádio Luso-Brasileiro, às 14 horas (de Manaus), e vai ser especial para Dolem, que nasceu no Rio de Janeiro e revelou uma ligação de infância com o clube carioca. A motivação extra vai ser a presença de vários familiares na partida. Na casa do adversário, a Onça vai tentar trazer um bom resultado para decidir no Zamith, dia 28.
“Eu inclusive joguei no futsal na Portuguesa quando era bem novinho. Fui nascido e criado no Rio, vai ser bacana reencontrar o espaço. Alguns familiares vão estar lá. Não sei ainda como vai ser a logística de ingresso, de torcida, local. Mas com certeza pai, mãe, avó, tio, primo, vão estar lá”, concluiu.