De casa nova, Martony fala sobre situação vivida no ASA: “Nunca havia passado por isso”
(Foto: Divulgação/ASA)
Por Lucas Queiroz e Matheus Pereira
Na última semana, o zagueiro Martony, ex-Manaus e Nacional viveu momentos difíceis depois de ter sido dispensado pelo ASA-AL e ter que contar com a solidariedade de torcedores do time alagoano para retornar a Belém (PA), cidade onde mora com a família. Vendo a situação do jogador, um torcedor do ASA identificado como Weslley Farias Lopes da Silva criou uma vaquinha online para ajudar o defensor e sua esposa, que estavam em Arapiraca (AL) e sem condições financeiras para retornar ao seu estado natal. A iniciativa conseguiu arrecadar pouco mais de R$ 1,6 mil em doações.
Em conversa com o Portal Esporte Manaus, Martony explicou como se deu a sua saída do clube e como foi pego de surpresa, já que a equipe vivia um ótimo momento e ele era um dos principais jogadores do time.
“Não aceitei algumas situações erradas. Eu sempre fui um cara honesto, trabalhador, que nunca fugiu de responsabilidades e não ia ser agora que eu ia fugir. Quando fui chamado para reduzir o salário e não aceitei, os dirigentes acharam ruim, falei que iria continuar trabalhando e eles teriam que me pagar o salário que foi acertado, porque eu era titular absoluto, capitão do time, vinha jogando bem e não via o motivo. Fomos campeões da Copa Alagoas e tínhamos três jogos no Alagoano, dois empates sem gols e uma derrota de 2 a 1 para o CRB, que é um time de Série B, que não seria um resultado anormal e o gol ainda foi meu”, contou o defensor de 33 anos.
Clube ‘virou as costas’
Após a saída do clube, o jogador encontrou dificuldades para manter o pagamento do aluguel do apartamento onde morava na cidade alagoana e para retornar para o Pará. Segundo Martony, a diretoria não deu nenhum apoio a ele e à sua família, após o atleta ter dito que procuraria seus direitos na Justiça.
“Por essa situação, falei que iria procurar meus direitos, porque pela maneira que fui tratado, proibido de entrar no campo por não ter aceitado o acordo deles, não poderia treinar, sendo que tinha contrato até novembro com o clube. Eles falaram que não iriam arcar com mais nada porque a partir daquele momento era tudo com o jurídico, como se fosse um ‘se vira aí pra ir embora’, declarou.
Ajuda da torcida e diálogo com o clube negado
Após tomar consciência da situação de Martony em Arapiraca (AL), um torcedor do ASA identificado como Weslley Farias Lopes da Silva criou uma vaquinha online para ajudar o defensor e sua esposa a custearam a volta para Belém (PA). O jogador conta que a ajuda veio inclusive de outras torcidas e que após a repercussão do caso, o clube clube ainda o procurou, mas foi Martony, que dessa vez deixou claro que a situação seria resolvida na Justiça.
“Graças a Deus pessoas me ajudaram, a torcida do ASA e outras pessoas até de fora do estado, que viram e me ajudaram, consegui chegar em casa. Depois de toda a repercussão, ainda fui procurado pelo clube, eles queriam emitir minha passagem e eu dei a mesma resposta que eles me deram no início da situação: ‘agora é tudo no jurídico’, contou Martony.
Busca pelos direitos e situação inédita na carreira
Meu advogado tomou a frente da situação para eu poder ir atrás dos meus direitos, pois isso nunca aconteceu comigo em lugar nenhum, nunca havia passado por isso e pela forma que aconteceu, fiquei muito triste. Onde eu passei sempre fui um cara muito trabalhador, de honrar todas as camisas de todos os clubes que eu passei. Graças a Deus tenho uma história no Amazonas, todos que me conhecem, sabem o jogador que eu sou. Hoje sou totalmente diferente de alguns anos atrás, cabeça melhor, cabeça boa. Errei sim na minha trajetória, mas sou reconhecido por aquilo que faço dentro do campo, da maneira que eu me entrego e sempre colhi bons frutos.
Procura de clube amazonense e casa nova
Tive uma conversa com o vice-presidente do Penarol, mas não acertei nada concreto. Mostraram o interesse, eu falei também que tinha interesse, mas não para agora, quem sabe para uma Série D do Brasileiro. Acertei com a UNIRB para jogar a primeira divisão do Campeonato Baiano, faltam alguns jogos lá e classificando, tem situações boas. Aceitei o desafio, é uma competição que tem uma visibilidade muito grande, viajo amanhã (domingo, 28) e espero seguir fazendo um grande trabalho.