O Iranduba vai encarar o Internacional neste domingo (13), em Porto Alegre, às 17h (horário de Manaus), e deve enfrentar pela primeira vez a capitã do período mais emblemático da curta história do clube até aqui: Djenifer Becker.
Jogando com camisa do Hulk, onde chegou com apenas 21 anos, num pacotão de jogadoras que formaria a base do time que foi uma verdadeira máquina de vencer nos anos seguintes, Djeni fez 86 jogos oficiais e marcou 48 gols, apesar de jogar como volante, ao longo de quatro temporadas, sendo tricampeã amazonense e brilhando também na melhor campanha do clube no Brasileirão: a de semifinalista em 2017, quando Iranduba foi protagonista do que, na época, foi o maior público da história futebol feminino brasileiro. Teve até chances na Seleção Brasileira, com a treinadora Emilly Lima.
Além disso, ainda foi um dos destaques do time na campanha de terceiro lugar na Libertadores, em 2018, sediada em Manaus. Jogava também no futsal da equipe, onde conquistou títulos.
Como capitã, exercia um papel de liderança dentro e fora de campo, e por isso, em alguns momentos, foi pivô de polêmicas. Histórias de bastidores, nunca confirmadas pela cúpula do Iranduba, dão a ela um papel importante na saída do técnico Olavo Dantas, um dos fundadores do clube, assim como algumas jogadoras que deixaram o Hulk pouco tempo depois de supostos atritos com a volante.
Nunca fugiu dos microfones, mas criou junto à imprensa uma fama de pouca simpatia, o que pode ter se originado na insistência da mídia em destacar seu tipo físico e taxá-la como musa antes de olhar seu futebol, na chegada à capital amazonense.
E neste domingo, o reencontro entre Iranduba e Djeni vai escancarar o contraste vivido por ambos. A jogadora, que quando chegou a Manaus ainda era uma menina, hoje tem mercado para atuar nos grandes clubes do Brasil. E o Iranduba, que conquistou com muito suor um lugar no hall desses grandes clubes, hoje luta desesperadamente para sobreviver ao calote sofrido por um patrocinador, e joga com um elenco emprestado do seu maior rival, o 3B.
A própria saída de Djeni, há nove meses, foi um dos indícios mais claros de que a crise no Iranduba era maior do que aparentava. No Inter, ela é titular absoluta, atuando em sete dos oito jogos do Colorado no Brasileiro até o momento.
Certamente será um confronto nostálgico, e enquanto para Djeni, o Hulk é uma ótima lembrança, para o Iranduba, a jogadora é a recordação viva da essência vitoriosa do clube.