Focado no Amazonas, Rafael Lacerda explica recusa ao Brasil-RS: “Não vim me aventurar aqui”
O técnico do Amazonas foi procurado pelo time gaúcho, que disputa a Série C, mas declinou o convite e pretende cumprir o contrato com a Onça
No comando de uma das melhores campanhas da história da Série D do Campeonato Brasileiro com o Amazonas FC, o técnico Rafael Lacerda naturalmente chama a atenção do mercado. Na última terça-feira (31), a mídia gaúcha passou a noticiar que o Brasil de Pelotas, que disputa a Série C, procurou o treinador para assumir o time.
No entanto, em entrevista coletiva concedida na última quinta-feira (2), Lacerda confirmou que recebeu e recusou a investida do Xavante, apesar da oferta ter balançado, já que ele nasceu e teve boa parte da carreira profissional como atleta e treinador no Rio Grande do Sul.
“Na verdade, teve a proposta, na terça. A gente teve o contato primeiramente através de um empresário e depois através do presidente do Brasil e do vice-presidente. A gente conversou, e não posso dizer que não tive interesse em ir, porque é um clube que, lá no Rio Grande do Sul, com certeza, depois da dupla Gre-Nal, a torcida mais apaixonada do interior. Isso é uma coisa que todo mundo fala. Ao lado do Caxias e do Juventude. É um clube com uma camisa muito forte. Eu, quando atleta, sempre tive vontade de jogar no Brasil de Pelotas. Todos os jogadores do sul tem essa vontade de jogar, em relação à torcida, a camisa. E como treinador também”, disse.
Sincero, Rafael Lacerda afirmou que teve vontade de aceitar o convite, mas que pensou no projeto e condições oferecidas pelo Amazonas, que lidera o grupo A1 da quarta divisão, ainda de maneira invicta. O treinador também falou sobre o comprometimento com o grupo de atletas e revelou que a investida do Xavante não foi a primeira que ele recebeu desde que chegou ao Amazonas.
“Confesso que tive vontade de trabalhar lá. Mas aí ia entrar várias coisas, quando a gente decidiu vir para o Amazonas a gente não veio se aventurar aqui. A gente acreditou muito no projeto do Amazonas, muito do que a direção nos passou. E não seria legal eu iniciando minha carreira, no terceiro ano como treinador, no primeiro desafio que eu tenho, essa não foi a primeira proposta, foi a segunda, tudo que eu peço para os meus atletas de comprometimento, não seria legal eu já na primeira proposta abandonar simplesmente. Ainda mais por ser um time do meu estado”, revelou.
Apesar dos 37 anos de idade, Lacerda já teve experiências como técnico no Caxias e no Aimoré, clube onde estava antes de desembarcar na capital amazonense. O Brasil seria a oportunidade de “voltar para casa” e treinar uma equipe numa divisão superior, porém, o comandante reafirmou o compromisso com a Onça até o fim da participação do clube na Série D.
“Acho que todo mundo pensou que eu iria. Não tenho problema nenhum em dizer que fiquei balançado, porque é um time que eu tenho vontade de um dia trabalhar. Mas eu respeito muito o Amazonas, o que o clube e a cidade está me oferendo. E o meu objetivo é ficar até final na Série D e junto, todo mundo junto, jogadores, comissão, vocês da imprensa, que fazem parte desse processo, torcedores, a gente conseguir o acesso. Então a gente vai ficar, a vontade é de ficar. A vontade da comissão técnica é ficar até o fim da competição”, concluiu.
Confirmada a permanência da comissão técnica, a Onça embarca nesta sexta-feira (3) rumo a Boa Vista. Na abertura do returno da Série D, pela 8ª rodada, o Amazonas visita o São Raimundo-RR, às 17 horas (de Manaus) de domingo (5), para tentar retomar o caminho das vitórias, a equipe vem de três empates.