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Ídolo do Rio Negro, Clóvis, o “Aranha Negra”, morre aos 76 anos

Foto: Divulgação

O ex-goleiro e ídolo do Rio Negro, Clóvis, faleceu nas primeiras horas desta terça-feira (13), vítima de complicações da Covid-19. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Delphina Aziz há pouco mais de um mês. Ele completaria 77 anos na próxima terça.

De acordo com a família de Clóvis, ele vinha apresentando melhoras nos últimos dias, reagindo ao tratamento em coma induzido, mas houve uma complicação que atingiu os rins do “Aranha Negra”, que passou por uma sessão de hemodiálise, mas sem sucesso. Ele faleceu durante a madrugada, deixando dois filhos e dois netos.

Por ter sido vítima do novo coronavírus, Clóvis não terá velório e será cremado, com cerimônia reservada aos familiares mais próximos.

Homenagens

Exaltado pela torcida rionegrina até os dias de hoje com faixas no estádio, Clóvis vem recebendo homenagens de torcedores e do próprio clube, que se manifestou através das redes sociais.

O Aranha Negra e sua toalha vermelha

Clóvis virou ídolo num futebol de pouco dinheiro. Se destacou pelas grandes defesas e acabou associado aos seus instrumentos de trabalho. O apelido “Aranha Negra” veio de uma junção do uniforme que ele usava no Galo, todo preto, com a elasticidade na hora de executar as defesas. Para a imprensa, às vezes parecia que Clóvis tinha mais que dois braços, como uma aranha.

Foto: Divulgação

A toalha vermelha foi um amuleto que surgiu meio que por acaso. Era pra ser só uma toalha para enxugar o rosto durante as partidas, mas Clóvis teria percebido que toda vez que ele levava a vermelha, não tomava gols. Passou a levar a mesma para todas as partidas, e ela acabou se tornando uma marca registrada.

A relação com o Rio Negro

Clóvis atuou na Rodoviária e no Auto-Esporte, mas sua relação mais afetiva foi com o Rio Negro, onde não só viveu sua fase mais brilhante como também se tornou uma entidade para o torcedor. Campeão amazonense em 1965, foi com a camisa alvinegra que ele chegou à seleção amazonense, que enfrentou ninguém menos que o Brasil que seria tricampeão do mundo no México semanas depois, em 1970, com Pelé, Rivellino, Jairzinho, CA Torres e companhia.

Foto: Rafael Melo

Se aposentou ainda nos anos 70, mas chegou a ter uma despedida gloriosa do Galo. Depois de nove anos sem disputar uma partida oficial, atuando apenas no amador, Clóvis foi convidado a vestir a camisa rionegrina pela última vez, numa homenagem. Em junho de 1982, contra o Bangu, que na época disputava a primeira divisão do Brasileiro, no estádio da Colina. Ele teve uma atuação de gala, fazendo defesas importantes, e mesmo jogando apenas até o início do segundo tempo, garantiu o 0 a 0 no placar, saindo exaltado pelo grande público que foi ver a despedida, com direito inclusive à volta olímpica, segundo a imprensa da época.

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