Lecheva cita semana conturbada e crê em acesso: “Estamos vivos”
(Foto: João Normando)
Na partida de ida das quartas de final da Série D, o Fast Clube saiu atrás no confronto contra o Novorizontino ao perder por 1 a 0 em plena Arena da Amazônia neste domingo (3). A missão do Rolo Compressor pelo acesso agora se complica, já que precisa de uma vitória fora de casa por dois gols de diferença para avançar no tempo normal ou por um gol de diferença para decidir a vaga nos pênaltis.
A equipe amazonense teve durante a partida ao menos três chances claras de gol, cara a cara com o goleiro Giovanni, que acabaram desperdiçadas. O técnico Ricardo Lecheva comentou o domínio do Fast e a eficiência do time de Roberto Fonseca, que foi cirúrgico na primeira oportunidade que teve.
“Não só eu, todos viram que o Fast fez um grande jogo. Se nós formos computar as jogadas reais de gols, o Fast criou muito mais que o Novorizontino, principalmente no primeiro tempo, quando saiu atrás do placar, num rebote de bola parada que acabou tendo um desvio, e isso querendo ou não, acaba desarticulando o sistema defensivo, mas houve uma falha, óbvio. Eles souberam aproveitar e nós não fizemos nas oportunidades que criamos”, destacou Lecheva.
A semana que antecedeu a decisão foi recheada de acontecimentos negativos no clube. Na quarta-feira (30), a esposa de Lecheva, que estava grávida, precisou passar por um parto prematuro, e algumas complicações durante o procedimento resultaram no falecimento da filha do treinador antes mesmo do nascimento. No dia seguinte (31), após o protocolo de testagem de covid-19 no elenco, foi detectada a presença do vírus em oito atletas, o auxiliar técnico Igor Oliveira, além de sintomas da doença em outros dez atletas, que inicialmente testaram negativo.
O clube tentou o adiamento da partida perante à CBF, mas não obteve resposta e foi a campo com 19 atletas relacionados. Ao falar sobre o duelo, o treinador levou em consideração os acontecimentos pesados da semana, os desfalques e valorizou a entrega dos jogadores que representaram o clube e fizeram uma boa partida. Mesmo derrotado em casa, o comandante fastiano ainda mantém o otimismo para a partida de volta, no interior paulista.
“Se levar em consideração todos os problemas que nós tivemos nesta semana, foi uma avalanche. não vou citar nem a minha situação pessoal, mas acabou afetando muito o grupo, os atletas sentiram muito o acontecido comigo, e isso acabou ocasionando uma mudança na programação de trabalho, tivemos que perder ou cancelar período de treino na quarta-feira. Na quinta-feira à noite ficamos sabendo dos casos de covid, que culminou com a ausência de mais da metade do time. Então, foi uma semana muito problemática, muito conturbada, mas os atletas que foram a campo, mesmo alguns com sintomas gripais, foram a campo e se doaram ao máximo, lutaram o tempo todo, não desistiram em nenhum momento da partida. Só tenho a parabenizar pela partida que os atletas fizeram e estamos vivos ainda no acesso, uma vitória simples lá no mínimo, ainda disputamos a vaga nos pênaltis”, pontuou.
Com a missão de reverter a derrota em casa, o Fast Clube terá que quebrar mais um tabu para voltar com o acesso à Série C na bagagem, a invencibilidade do Tigre como mandante na competição.
“Sabemos que ficou muito mais difícil, além de estar enfrentando uma grande equipe, com uma estrutura muito grande, a qualidade está nos números deles na competição. Não bastasse isso, ainda temos a desvantagem e a obrigação de vencer o jogo, enquanto o adversário joga por um empate. Ainda temos que administrar a questão dos testes, já que alguns atletas nossos foram para o jogo apresentando sintomas de covid também. A equipe mostrou hoje que pode voltar de Novo Horizonte com o acesso”, finalizou.
O elenco do Tricolor de Aço se reapresenta para os treinamentos nesta terça-feira (5), no CT da Ulbra. O jogo derradeiro acontece no próximo domingo (10), às 15 horas (de Manaus), no estádio Jorge Ismael de Biasi, na cidade de Novo Horizonte, interior de São Paulo.