Manaus consultou CBF pra jogar com público, mas ouviu “não”
(Foto: Pablo Trindade/AGIF)
O Manaus FC fez uma consulta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para saber sobre a possiblidade de voltar a jogar com público em casa. A resposta foi negativa. O presidente do clube, Luís Mitoso, recentemente apareceu num vídeo falando sobre a conversa com a entidade máxima do futebol brasileiro, que teria sido informal.
De acordo com o vice-presidente do Gavião, Giovanni Silva, a proposta do Manaus era reabrir a Arena da Amazônia ao público em seus jogos, mas usando no máximo 30% da capacidade do estádio. Mesmo assim, a CBF descartou a possibilidade, ressaltando que tem o desejo de permitir a volta do público aos estádios brasileiros apenas quando todos os Estados estiveram aptos a receber torcedores.
Giovanni destaca a existência de uma mobilização entre clubes e federações pela volta do público aos estádios em diversos cantos do Brasil. O pedido do Manaus estaria alinhado com essa ideia, de permitir a volta dos torcedores com um protocolo específico que inclui a lotação máxima de 30% dos estádios utilizados.
O motivo é muito simples: sem público nos estádios, os clubes não estão arrecadando sequer o básico com bilheteria.
“Precisamos de público nos estádios pra poder ajudar nas despesas dos jogos, do contrário, não sabemos até onde vamos aguentar sem público”, disse o VP.
O Manaus planejava aumentar significativamente sua receita com bilheteria em 2020, após o acesso à Série C no último ano, conquistado diante de públicos acima de 40 mil pessoas na decisão pela vaga e na grande final da Série D, contra o Brusque. Jogos como a estreia, pelo apelo de estar pela primeira vez na competição, e contra os paraenses Paysandu e Remo, que possuem muitos torcedores em Manaus, eram vistos como momentos chaves para alcançar esse objetivo.
O clube vem tentando desde maio convencer as autoridades locais a flexibilizar também o acesso aos estádios, sem sucesso. Pela proposta do Manaus, o público máximo numa partida da equipe seria de pouco mais de 13 mil pessoas, correspondente a 30% da capacidade da Arena da Amazônia.
Vale lembrar que os estádios estão fechados para o público em quase todo o mundo por prevenção à disseminação da Covid-19. Nos primeiros meses de pandemia, quando o novo coronavírus já circulava na Itália, o jogo entre Atalanta e Valencia, pela Liga dos Campeões, reuniu 48 mil pessoas na cidade de Bérgamo, que tem 120 mil habitantes.
Posteriormente, especialistas passaram a apontar essa partida como a “bomba biológica” que fez a cidade na região da Lombardia se tornar, por algum tempo, o epicentro da doença no país.