Micaelly joga na Ferroviária e já tem histórico na Seleção; Marília, do Cruzeiro, nunca tinha sido chamada
Num país em que a força do futebol está bastante concentrada no Sudeste, Sul e Nordeste, é de se chamar a atenção quando atletas despontam de outros centros e conseguem chegar à Seleção Brasileira. Na equipe feminina principal, há uma dupla que é motivo de orgulho para a Região Norte: as amazonenses Marília e Micaelly.
Ambas estão com a Seleção no Espírito Santo para a disputa de dois amistosos contra a Colômbia, no sábado (26) e na terça-feira (29). Micaelly é da Ferroviária e estreou na Seleção em 2022, quando a equipe era treinada por Pia Sundhage. Já Marília atua no Cruzeiro e foi convocada pela primeira vez.
“Estou contente e orgulhoso da convocação dessas caboclas craques de bola. E me orgulha ainda mais que são duas atletas oriundas do Amazonas mais profundo. Essa é a prova que temos talento. Poderemos ter amazonenses disputando a Copa do Mundo Feminina de 2027”, comentou o presidente da Federação Amazonense de Futebol, Ednailson Rozenha.
Micaelly nasceu em Autazes (112 quilômetros de Manaus). Começou a jogar futebol quando bem nova, com 6 anos, numa escolinha comandada por um tio, Dominguinhos. Era a única menina do grupo. Gostou da ideia e foi tocando o barco, literalmente, pois, já adolescente, conseguiu uma vaga no time de Iranduba, na cidade do mesmo nome, para onde só conseguia chegar se pegasse duas embarcações.
Após uma peneira em Manaus, para a qual se apresentou sem muitas pretensões, ela se destacou a acabou convocada para a Seleção Brasileira Sub-15. Daí em diante tudo mudou. Depois do Iranduba, transferiu-se para o Sport, Cruzeiro e São Paulo, construindo uma carreira vitoriosa. Neste ano, foi para a Ferroviária.
“Muito feliz de estar na Seleção de novo. É uma sensação incrível. Acredito que vai ser uma ótima experiência com o Arthur Elias. Grato pela oportunidade. Meu pai, Marcio, minha mãe, Marcilene, e minha irmã, Mitaely, que jogava bola comigo, também estão muito contentes.”
Já Marília é natural de Manaquiri (distante 54 quilômetros de Manaus. Ela tinha vestido a camisa amarela em seleções de base. Também foi revelada pelo Iranduba e se beneficiou de uma peneira em Manaus para ser conhecida nacionalmente. Depois de jogar pelo Iranduba, esteve no Instituto 3B e, na sequência, conseguiu se transferir para o Cruzeiro.
“Desde pequena, minha família toda jogava bola e eu seguia o caminho, futebol de rua com os primos, meus irmãos. Cresci no meio do futebol em Janauacá (localidade de Manaquiri). E agora estou realizando um sonho. É gratificante pra mim, estar aqui na Seleção, onde há dois meses atrás estava a Marta, que é tudo. Muito feliz de fazer parte desse novo ciclo.”
Com informações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)