Novo diretor-executivo, Roberto Peggy revelou que a Onça-pintada iniciará o processo para virar clube-empresa, modelo que possibilita investimentos de terceiros
Em notória evolução, o futebol amazonense deverá ter a primeira Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do norte do Brasil. O Amazonas FC comunicou nesta terça-feira (25), que iniciará o processo de transição para virar clube-empresa, modelo que possibilita investimentos de terceiros. O anuncio foi feito pelo novo diretor-executivo da Onça-pintada, Roberto Peggy, durante a apresentação oficial do elenco para a temporada de 2022.
O diretor afirmou que mesmo com a legislação atual que permite essa transformação, muitos clubes ainda estão receosos em dar início à mudança. Peggy destaca ainda que desde a fundação do Amazonas, a ideia era que o clube fosse gerido como uma empresa. Com a sanção da Lei das SAFs (Lei nº 14.193/2021), em agosto de 2021, esses processo passou a ser legal.
“O Amazonas desde quando surgiu, desde a primeira conversa, já falávamos no Amazonas para ser tocado como uma empresa, então já discutíamos, trabalhávamos muito bem a questão de infraestrutura, de marketing, de apresentação, buscamos bons patrocinadores ao longo desse tempo, mas sabíamos que faltava o algo mais. O mercado quer estruturas bem organizadas e profissionais que garantam, acima de tudo, o retorno de seus investimentos. Hoje você investir num clube que é só uma associação, você não tem garantia nenhuma de retorno. O que o Amazonas FC vai fazer é entregar para esses possíveis investidores uma possibilidade de investir seu dinheiro e ter um retorno a curto, médio e longo prazo”, destacou.
No Brasil, os exemplos mais famosos de clubes que abriram SAF são o Cruzeiro, que vendeu 90% da sociedade para o ex-jogador e empresário Ronaldo e do Botafogo, que fechou acordo com John Textor, empresário que deve investir no clube e assumiu a dívida de quase R$ 1 bilhão do clube. Chapecoense, Figueirense, São Caetano e Retrô-PE também já aprovaram a criação de suas SAFs. No futebol nortista, o Amazonas aparece como pioneiro e deverá ser o primeiro clube a concluir o processo de transformação.
Mas o que é SAF?
Modelo em início de transição em clubes como Cruzeiro e Botafogo, a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) torna a agremiação em clube-empresa, o que torna possível legalmente que investidores adquiram ações ou grande parte da entidade, como é o caso de Ronaldo e Cruzeiro e John Textor e Botafogo.
A mudança é vista como uma forma de profissionalizar o clube, na prática, tornar o clube realmente uma empresa. Nesse modelo, a SAF passa a ser responsável por contratações, acordos, salários. A legislação vigente possibilita que, ao adotar a SAF, todo o patrimônio do clube seja transferido. Além disso, direitos de participação, contratos de trabalho, uso de imagem serão transferidos para a sociedade anônima.
Segundo o projeto de lei do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), eventuais mudanças de nome, escudo, uniforme ou hino só poderão acontecer caso haja concordância da associação que criou o clube-empresa.