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Do início na terra natal ao foco no título amazonense: conheça a história de Prosper Koffi

(Foto: Rafael Britto)

Que o Campeonato Amazonense de 2022 é um dos mais esperados dos últimos anos já está bem claro para os amantes do futebol baré. Mas além de ter equipes com fortes elencos, estrelas que já brilharam em grandes clubes brasileiros e um regulamento que rebaixará quatro times, o Estadual deste ano também ganha destaque por ter jogadores estrangeiros nascidos em outros continentes, como é o caso dos quatro camaroneses, Prosper Koffi, Arnold Kamdem, Faffa Hissendjy e Issa Kone.

Se você nunca ouviu falar em nenhum desses jogadores, não sabe qual time amazonense cada um deles vai defender e está curioso para conhecer suas histórias, você está no lugar certo. O Portal Esporte Manaus traz uma série de quatro reportagens sobre cada um dos camaroneses que brigarão pelo título do Barezão 2022 com suas equipes, e a primeira reportagem é sobre o volante do Princesa do Solimões Prosper Koffi.

O início na terra natal e as dificuldades no novo país

Nascido na maior cidade de Camarões, Douala, Prosper Costa Koffi começou a jogar futebol ainda aos seis anos de idade, e aos 17, já estava atuando na primeira divisão do seu país natal. Em 2010, o volante foi convidado por empresários a vir jogar no Brasil, onde primeiramente jogou pela equipe sub-20 do Marília-MA. Koffi conta que o fato de ser estrangeiro aliado à vaidade de outros atletas dificultaram seu começo na equipe maranhense.

“Assim que cheguei ao Brasil, encontrei muitas dificuldades porque eu era estrangeiro e assim que eu cheguei, os caras já ficaram pensando que eu tinha chegado para tomar o lugar deles. As vezes eu começava a treinar e os caras nem tocavam a bola pra mim e eu tinha que marcar meus próprios companheiros para tomar a bola deles e fazer alguma jogada e poder se destacar, então não foi fácil”, declarou.

Além dessa situação no futebol maranhense, o camaronês afirma que questões como a linguagem, a culinária, o clima e o aspecto técnico dos treinamentos e competições também foram dificuldades encontradas durante o início da sua trajetória no futebol brasileiro. Mas Koffi destaca que com o passar dos anos e com a experiência adquirida foi se adaptando ao estilo brasileiro de jogar futebol.

“No meu país, o nosso campeonato é muito bruto, é um futebol muito físico, de contato. E aqui já é um futebol mais técnico, mais tático, e tive um pouco de dificuldade em relação a isso. Eu chegava muito, tomava muitos cartões amarelos e cartões vermelhos e tinha que dosar. Mas graças a Deus, hoje já estou há 12 anos no Brasil, então já sei mais ou menos como é, e mudei e melhorei bastante meu futebol”.

Da pausa forçada na carreira a um vice-campeonato brasileiro

Após disputar o Maranhense sub-20, Koffi foi para o Cincão-PR, a convite do seu ex-técnico no Marília. Após disputar mais um Estadual sub-20, o volante se profissionalizou ao disputar a terceira divisão paranaense, e depois teve dificuldades para encontrar outro time, já que seus documentos imigratórios tinham ficado desatualizados e ele estava irregular no Brasil. Koffi então passou quase dois anos esperando a documentação, que o possibilitaria voltar a jogar.

Já em 2014, com os documentos em mãos, o jogador voltou ao nordeste do país para defender as cores do CEO-AL, clube pelo qual disputou o Campeonato Alagoano. Com o destaque, ele foi para o então campeão estadual, Coruripe-AL e depois para o Central-CE, clubes que disputavam a Série D do Campeonato Brasileiro. Em 2015, Koffi foi acertou com o Londrina, clube paranaense pelo qual foi vice-campeão da Série C.

Nos anos seguintes, o jogador passou por clubes como Estanciano-SE, Flamengo de Guanabi-BA, Itapipoca-CE, Jequié-BA e em 2019, chegou ao Princesa do Solimões para sua primeira experiência no futebol do norte do país. Depois passou por Globo-RN, CSE-AL e Itabaiana-SE até voltar ao Tubarão do Norte.

“Voltei ao Princesa para ser campeão”

Em mais uma oportunidade no futebol baré, Koffi afirma que voltou ao Princesa para ser campeão amazonense, já que em 2019, a equipe de Manacapuru caiu nas semifinais dos dois turnos do Estadual. “Voltei com o objetivo de ser campeão, e poder ajudar o Princesa a voltar ao cenário nacional, disputando uma Copa do Brasil e a Série D de 2023”, declarou.

O volante de 29 anos afirmou que ainda que não seja cotado como um das favoritos ao título, o Tubarão do Norte chega para ser campeão. Koffi destacou ainda a qualidade do elenco montado e a preparação da equipe sob os comandos de Aderbal Lana.

“Apesar de não estarem falando de nós, assim que gostamos, vamos trabalhar em silêncio. Os treinamentos estão sendo bem feitos pelo técnico Lana, que é experiente e sabe como é a competição. Temos jogadores jovens que querem mostrar seu futebol e isso vale muito, jogadores com fome querendo mostrar serviço, junto com alguns jogadores experientes fazendo essa mistura. Vamos surpreender muita gente e calar a boca de muita gente por aí. O time tem muitos jogadores de qualidade e vai dar trabalho”, finalizou.

Matheus Pereira

Graduado em jornalismo; 26 anos; desde 2020 no Esporte Manaus.