(Foto: Rômulo Almeida/GE Amazonas)
Texto: Lucas Queiroz e Marcos Dantas
O jogo de ida das quartas de final do Campeonato Amazonense entre São Raimundo e Amazonas, realizado na última quarta-feira (21), terminou em vitória da Onça Pintada por 2 a 1 de virada, mas acontecimentos extracampo renderam outros capítulos neste duelo. Em súmula divulgada após a partida, o quinteto de arbitragem relatou ofensas e ameaças proferidas por membros da diretoria do Tufão da Colina. Rafael Ramos Tourinho foi o árbitro principal do jogo.
Compunham a equipe de arbitragem, além de Tourinho, os assistentes Dimmi Yuri Das Chagas Cardoso e Jose Luis de Oliveira Ramos. O quarto árbitro era Freddy Rafael Lopez Fernandez, com Alini Miranda Gil fechando o quinteto.
No documento, foram transcritas as falas de três cartolas colinenses: Rodrigo Guedes, diretor de futebol e vereador da cidade de Manaus pelo PSC, Marivaldo Chaves, diretor-executivo, e Benedito Rodrigues Júnior, também dirigente do São Raimundo. Palavras como “ladrões” e “safados” foram disparadas, além de gestos obscenos e ameaças: “Vão ver o que vai acontecer no estacionamento, depois vocês vão chorar no Tribunal porque tocam seus carros”. Veja na imagem abaixo:
As atitudes foram reprovadas pela Federação Amazonense de Futebol (FAF), que decidiu nesta quinta-feira (22) por suspender a presença dos dirigentes das duas agremiações na partida de volta, autorizando somente as entradas de presidente e vice, e 35 membros de delegação, que engloba atletas e comissão técnica. A resolução também solicita reforço policial nas imediações, estacionamento e demais zonas do estádio Carlos Zamith, local da partida. Além de determinar a redução de dez para dois membros de apoio, comunicação e marketing de cada equipe. Vale ressaltar que uma concessão emitida pelo Departamento de Competições da FAF autoriza o acesso de 15 membros de diretoria por equipe às partidas do Estadual.
O documento, assinado pelo Diretor de Competições da FAF, Roberto Peggy, argumenta que a postura dos dirigentes presentes nas arquibancadas não podem assemelhar-se à postura de torcedores comuns. As ocorrências foram repassadas ao Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM) e mediante apuração, os envolvidos devem ser submetidos a julgamento.
Toda a revolta dos dirigentes do Tufão se deu pela atuação do quinteto de arbitragem, comandado por Tourinho. O estopim foi a expulsão do lateral-direito Wendel aos 33 minutos do segundo tempo, logo após a virada do Amazonas, segundo a súmula “por deixar o braço no rosto de seu adversário de maneira temerária na disputa de bola”. A marcação foi muito contestada pelos cartolas nas arquibancadas, que após o apito final, ironizaram batendo palmas aos árbitros e deram início aos xingamentos citados anteriormente. O técnico do São Raimundo, Sérgio Duarte, também detonou a atuação dos juízes após a partida e disse inclusive que Tourinho deveria “rever seus conceitos de arbitragem“.
O jogo de volta entre São Raimundo e Amazonas está agendado para o próximo sábado (24), a partir das 16h05, no estádio Carlos Zamith. Para avançar, o Tufão precisa vencer por dois gols de diferença, já para a Onça Pintada, até uma derrota por um gol de diferença o classifica para pegar Penarol ou Princesa do Solimões nas semifinais, em virtude de ter alcançado uma melhor campanha na primeira fase.
A reportagem do Portal Esporte Manaus tentou contato com os três citados na súmula. O vereador Rodrigo Guedes não atendeu às ligações, e até a publicação desta matéria também não havia visualizado as mensagens enviadas. Benedito Junior respondeu negando o que foi posto em súmula, mas informou que vai se pronunciar de forma oficial apenas no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-AM).
Marivaldo Chaves, diretor de futebol do Tufão, classificou o relato como calúnia e disse que os três citados vão mover juntos uma ação contra o árbitro.
“Não basta a arbitragem do Amazonas ser ruim, ainda temos que aturar o ábritro colocar numa súmula mentiras e calúnias. Não existe vídeo, não vai existir áudio, nem prova nenhuma que tanto eu quanto as outras duas pessoas citadas usamos essas palavras de baixo calão. Estamos tomando providências para entrar com uma ação civil contra esse cidadão, onde ele vai ter que provar. Pessoalmente, o que eu falei foi “respeitem o nosso trabalho, o nosso suor”. O que eu disse de mais pesado para a abritragem foi que era feio uma arbitragem sair de campo escoltada pela polícia. Que bandidos é que vivem sendo escoltados pela polícia. Foi o que eu disse de mais pesado. Ficou claro que a arbitragem quis prejudicar o clube dentro e fora de campo”, disse,
Confira a resolução da FAF e a súmula da partida: