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Justiça determina que patrocinadora pague mais de R$ 3,2 milhões ao Iranduba

(Foto: Michael Dantas)

Após o Iranduba ter processado sua ex-patrocinadora, a Vegan Nation (multinacional de serviços de alimentos veganos e responsável pela criptomoeda Vegancoin), por não honrar seus compromissos com o clube desde 2019, na última terça-feira (16), a Justiça do Amazonas deu ganho de causa ao clube e determinou que a empresa pague US$ 600 mil (mais de R$ 3,2 milhões na cotação atual) ao clube. A decisão judicial indica ainda que o valor deve ser pago no prazo de 15 dias da citação e intimação da mesma.

Segundo a Justiça, os donos da empresa, entre eles um israelense chamado Isaac Thomas, agiram de má fé ao oferecer uma moeda sem liquidez como pagamento do patrocínio:

“Percebe-se que o contrato estava viciado desde sua gênese, ao estabelecer uma obrigação inexequível, pelo fato de não haver liquidez das vegancoins, em detrimento dos interesses do autor, que por sua vez projetou a marca dos requerido e fez compromissos de toda sua atividade esportiva no ano de acordo com o patrocínio celebrado”, diz trecho do Diário de Justiça do Estado do Amazonas (DJAM).

(Reprodução)

Calote, processo, dívida acumulada e rebaixamento

O Iranduba fechou patrocínio com a Vega Nation em fevereiro de 2019, quando o clube era um dos maiores destaques do futebol feminino na América do Sul, tendo chegado à semifinal da Libertadores da América em 2018. O patrocínio, porém, nunca foi pago e o Hulk passou os últimos dois anos praticamente sem dinheiro para disputar as competições do calendário.

Por conta do calote sofrido, o clube processou a empresa por quebra de contrato, que previa que com a divulgação da criptomoeda a empresa pagasse cerca de US$ 600 mil através do token (registro de um ativo em formato digital), que nunca foi lançado. A criptomoeda não tem liquidez e não conseguiu ser listada em nenhuma exchange (plataformas eletrônicas que facilitam a compra, venda e troca de moedas digitais e tokens) do mundo, o que aumenta a suspeita de que o Iranduba tenha sido vítima de uma fraude.

Empresa israelense não repassou um centavo sequer do acordado com o Hulk da Amazônia (Foto: Divulgação)

Em entrevista ao Portal Esporte Manaus em outubro de 2020, o diretor de futebol, Lauro Tentardini, revelou que o Iranduba àquela época, tinha uma dívida que beirava R$ 2 milhões, entre salários e outras despesas que correm desde fevereiro de 2019, quando o contrato com a Vegan Nation, foi assinado e desde então, nenhum centavo foi pago.

Em meio à crise financeira, em 2020, o clube teve que se desfazer do plantel por falta de dinheiro e por isso quase não teve condições de disputar o Campeonato Brasileiro Feminino, tendo de recorrer à solidariedade do maior rival, o 3B da Amazônia. Mesmo com o empréstimo do elenco do rival, o Hulk acabou sendo rebaixado para a Série A2 do Brasileirão Feminino.

Mesmo com o apoio do maior rival, Hulk acabou sendo rebaixado no Brasileirão Feminino em 2020 (Foto: João Normando)

A criptomoeda da Vegan Nation

Fundada em 2017, a Vegancoin tem seu token baseado em Ethereum (plataforma descentralizada capaz de executar contratos inteligentes e aplicações descentralizadas usando a tecnologia blockchain) , mas não oferece nenhuma liquidez através de nenhuma exchange. Na época, a moeda entrou no Brasil de forma agressiva, formalizando contratos com o pentacampeão do mundo Cafu e com clubes tradicionais como Remo, Paysandu e Nacional. Nenhum dos contratos vingou.

Com informações do site Cointelegraph Brasil

Matheus Pereira

Graduado em jornalismo; 26 anos; desde 2020 no Esporte Manaus.

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