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Por falta de provas, STJD absolve Iranduba e atletas em caso de suspeita de manipulação de resultados no Barezão 2023

Em fevereiro, o Iranduba foi suspenso preventivamente pela FAF, e condenado pelo TJD-AM no mês seguinte. Clube, 21 atletas, comissão técnica e diretoria estão livres das punições

Na última quinta-feira (7), o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, por cinco votos a zero, absolver o Esporte Clube da Amazônia, bem como 21 jogadores, diretor de futebol, treinador e presidente. Todos estavam denunciados em um caso de suspeita de manipulação de resultados no Campeonato Amazonense de 2023, e haviam sido preventivamente suspensos pela Federação Amazonense de Futebol (FAF) e condenados pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM).

A razão pela absolvição, de acordo com o STJD, se deu por falta de provas. Com isso, o clube e os demais citados estão aptos para voltar novamente a campo. Nesta temporada, além de ter sido rebaixado no Campeonato Amazonense masculino, o Iranduba não participou das competições femininas, como a Série A3 do Brasileiro e o Estadual.

Como tudo começou

No dia 27 de fevereiro de 2023, o presidente da FAF, Ednailson Rozenha, revelou, por meio de coletiva de imprensa, que a CBF encaminhou um relatório realizado pela empresa Sportsradar, apontando evidências de que o Iranduba estaria potencialmente envolvido na manipulação do resultado do jogo diante do Amazonas FC, ocorrido no dia 12 do mesmo mês, que terminou com o placar de 7 a 0 para a Onça-pintada.

Na ocasião, tiveram diversas apostas que o clube perderia a partida por ao menos três gols e que ao menos cinco seriam marcados no total. Preventivamente, a FAF decidiu suspender o Iranduba das atividades por dois anos, além do pagamento de R$ 100 mil de multa.

> Leia também: Manipulação de resultados: FAF apresenta relatório de evidências e suspende o Iranduba por 2 anos

Por meio de nota, o clube se manifestou no mesmo dia do ato, alegando que a decisão do presidente da federação, Ednailson Rozenha, foi arbitrária pois não obedeceu ao processo legal. A diretoria do Hulk garantiu que iria recorrer da decisão e provar sua inocência.

O caso foi levado na sequência ao Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM), que condenou o clube no dia 13 de março, com mais R$ 200 mil de multa e 900 dias de suspensão. O presidente Rogério Alves da Silva e o diretor de futebol Stênio Grêmio Andrade receberam a mesma punição cada, sendo 200 mil reais e 400 dias suspensos. Já para o treinador Kléber Paulista, a multa foi a mesma dos 23 atletas da equipe, 100 mil reais e 200 dias de suspensão.

Absolvição

Mas não acabou ali. O episódio chegou na última instância do âmbito esportivo, no STJD. Inicialmente, o Iranduba foi absolvido no dia 6 de julho. Na oportunidade, o ato administrativo da FAF e a decisão do TJD-AM foram anulados. Assim, foi dado um prazo à entidade estadual, para que fossem apresentadas novas provas da manipulação de resultados, por meio de investigação do Ministério Público.

No julgamento do último dia 7, foi revelado que a Procuradoria do TJD-AM informou que não havia como juntar mais provas, pois o MP seguia irredutível quanto ao compartilhamento das informações da investigação. Havia relatos de uma testemunha de que a empresa M7 Sports havia trazido jogadores ao Iranduba e eles faziam “corpo mole” para entregar jogos. Contudo, a testemunha não teve a identidade revelada e e acabou desconsiderada.

O prazo para a apresentação de novas provas se esgotou, e a decisão do Pleno foi pela absolvição de todos. Até o fechamento desta reportagem, a Federação Amazonense de Futebol (FAF) não se manifestou quanto ao que vai ser feito, já que as punições foram excluídas e o clube está livre para atuar.

Confira o resultado do julgamento do STJD